segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Crise desafia a indústria automotiva

Os últimos dois anos foram mágicos para a indústria automotiva brasileira. Enquanto em 2006 a produção de automóveis atingiu 2,61 milhões de unidades, apenas nos primeiros dez meses de 2008 foram fabricados 2,92 milhões. Mesmo assim, o momento é de expectativa e incerteza.Tudo por causa da crise financeira mundial, cujo resultado foi a drástica redução das linhas de crédito para financiamentos. De setembro para outubro, as vendas de veículos no Brasil caíram 13,8% (de 462.356 para 398.507), a primeira queda em exatos dois anos. Os reflexos na produção também já são visíveis: diminuição de 1,3% no mesmo período. Os estoques das montadoras atingiram 297,7 mil veículos novos no final de outubro, volume superior à produção do mês (296,3 mil), suficiente para abastecer o mercado durante 38 dias de vendas. No discurso, a grande maioria das montadoras afirma que a crise não irá afetar os planos estratégicos para o Brasil - antes da onda de pessimismo que assola os mercados, estimavam-se investimentos de 23 bilhões de dólares no setor até 2012. A única a confessar que já estuda mudanças é a Kia. A marca coreana planeja construir uma fábrica em Salto, no interior de São Paulo, para produzir localmente o moderno monovolume Soul. Durante o Salão, porém, o presidente da marca no Brasil, José Luiz Gandini, afirmou que o planejamento pode ser desacelerado devido às indefinições do câmbio. Falta dinheiroPara as grandes montadoras, o principal problema da crise é a redução da captação de dinheiro para oferecer financiamento aos seus clientes. Com a diminuição dos prazos e o aumento do preço das parcelas, houve queda nas vendas (70% dos veículos são financiados no país). Muitas fábricas anunciaram férias coletivas (caso da GM, Fiat e Ford) aos funcionários para não desequilibrar ainda mais seus estoques.O governo já tomou uma atitude nesse sentido, ao liberar 4 bilhões de reais em crédito para os bancos das montadoras. Mesmo com as reduções, a indústria deve encerrar 2008 batendo recordes. Segundo previsões da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), até o final do ano, o licenciamento de veículos crescerá 24,2% em relação a 2007, enquanto a produção poderá ultrapassar as 3 milhões de unidades, aproximadamente 15% a mais que no ano passado.

fonte: ig.com

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